O Projeto de Fortalecimento Institucional (PFI) do Instituto Habitar tem como meta fortalecer e expandir as ações da Instituição nas comunidades rurais e tradicionais do semiárido nordestino. Em parceria com universidades, a organização tem realizado uma busca ativa para identificar três novas comunidades nos estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba, priorizando comunidades organizadas em associações, com participação significativa de mulheres e jovens. Os projetos sociais frutos dessa busca atenderão 60 pessoas, focando em áreas como empreendedorismo, desenvolvimento rural, mudanças climáticas e habitação rural. O objetivo final do PFI é promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida das comunidades atendidas. A partir disso o Instituto Habitar busca enfrentar dois desafios cruciais para o desenvolvimento da organização: O primeiro está relacionado à diversificação das fontes de receita, visando reduzir a dependência de recursos públicos. O segundo desafio é a expansão das comunidades rurais e tradicionais
atendidas.
Projeto de Fortalecimento Institucional (PFI), composto por três linhas de ação específicas:
1. Desenvolvimento do serviço de mentoria em projetos sociais: o instituto pretende oferecer mentoria a gestores do
terceiro setor, professores universitários e estudantes. Para estruturar esse serviço, planeja reestruturar o portal, criar
uma plataforma de estudo, produzir material educacional e audiovisual sobre projetos sociais, e investir em
publicidade nas redes sociais.
2. Identificação de novas comunidades para parcerias e projetos: em parceria com universidades, o Instituto buscará
ativamente três novas comunidades nos estados nordestinos, priorizando aquelas organizadas em associações, com
participação expressiva de mulheres e jovens. Os projetos visam atender 60 pessoas, focando em
empreendedorismo, desenvolvimento rural, mudanças climáticas e habitação rural.
3. Atuação na incidência sobre políticas públicas para agricultura familiar: o Instituto participará de eventos
institucionais para influenciar políticas públicas, destacando suas ações e visando fortalecer a agricultura familiar. O
objetivo final é contribuir para o desenvolvimento sustentável e aprimorar a qualidade de vida das comunidades
rurais nordestinas.
O Projeto “Primeiros Passos” é uma intervenção socioeducativa que fomenta fomentar o espírito empreendedor na juventude quilombola, através do desenvolvimento pessoal e da educação financeira, viabilizando assim, o acesso ao capital semente para investimento em projetos de vida (individual e/ou coletivo), nas comunidades Cajá dos Negros (Batalha-AL) e Baixas (Jacaré dos Homens-AL). Neste sentido, o projeto promoveu a realização de dois cursos sobre “Juventude Quilombola, Empreendedorismo Social e Construção de Projetos de Vida”, com carga horária de 96 horas, subdividido em quatro módulos.
Ao termino do curso, os jovens quilombolas tiveram acesso ao "capital semente" através do “Fundo de Investimento em Projetos de Vida”. O crédito no valor de R$1.500,00, foi aplicado na compra de bens ou na contratação de serviços. O valor foi concedido a cada jovem para aplicação em seu projeto de vida, individual ou coletivo, devidamente elaborado, orçado e aprimorado pelas atividades formativas. A aplicação dos recursos foi acompanhada por seis Consultorias Técnicas de Orientação e Monitoramento da Implantação dos Projetos de Vida. Cada projeto empreendedor contou com o registro audiovisual das vivências e dos projetos de vida dos jovens quilombolas, antes, durante e após a intervenção do Projeto socioeducativo.
Meu nome é Isaías e nasci em Jacaré dos Homens, Alagoas. Moro no Quilombo Baixas com meus pais e meu irmão. Sou formado em Educação Física e tenho grande interesse pelo Rap, filmes, livros, além de ser apaixonado pela cultura negra de modo geral.
Tive a oportunidade de conhecer o projeto Primeiros Passos, apoiado pelo Instituto Localiza, por meio da indicação de um amigo da comunidade. Enxerguei nele uma incrível chance de melhorar ainda mais a qualidade do meu negócio de exercícios funcionais.
O projeto Néctar da Caatinga surge como uma iniciativa transformadora para fortalecer a cadeia produtiva apícola no Território de Batalha, em Alagoas. Com uma abordagem socioprodutiva, o projeto integra ações de identificação e disseminação de boas práticas apícolas adaptadas ao semiárido, promovendo a sustentabilidade e o respeito ao bioma da caatinga. Além disso, a iniciativa incentiva a mobilização e a organização de apicultores e grupos interessados na atividade, abrangendo oito municípios da região. Essa articulação visa criar uma rede de produtores que compartilham conhecimentos e se fortalecem mutuamente, estabelecendo uma base sólida para o desenvolvimento econômico e social local.
Outro aspecto fundamental do Néctar da Caatinga é a inclusão das comunidades quilombolas do território, que recebem apoio técnico e estrutural para implantar Unidades Demonstrativas (UDs) de apicultura. Essas unidades não apenas servem como referência para a produção, mas também empoderam as comunidades ao gerar oportunidades de trabalho e renda. O projeto, assim, vai além da produção de mel, contribuindo para a valorização cultural, a sustentabilidade ambiental e a melhoria das condições de vida das famílias envolvidas.
O projeto Quilombos do Sertão Alagoano busca empoderar as comunidades quilombolas do sertão de Alagoas, promovendo o reconhecimento e a valorização de seus patrimônios ecológicos, paisagísticos e imateriais. Ao compreender esses bens como elementos essenciais tanto para a preservação cultural quanto para o desenvolvimento sustentável, a iniciativa realiza visitas técnicas em 10 comunidades para identificar e registrar potenciais de turismo ecológico, étnico e comunitário. A partir desse levantamento, duas comunidades com maior potencial turístico são escolhidas para receber ações mais aprofundadas, como análise detalhada de seus patrimônios e atividades de educação patrimonial voltadas para escolas e lideranças locais.
Como parte das ações, o projeto promove oficinas de educação patromonial e elaboração de estratégias que ampliem as oportunidades de turismo ecológico nas comunidades. Todo o material levantado, incluindo registros fotográficos e relatórios técnicos, é disponibilizado em nas plataformas digitais servindo como instrumento de valorização e divulgação do patrimônio quilombola, fomentando o turismo responsável e contribuindo para a preservação cultural e ambiental das comunidades envolvidas. O projeto, assim, fortalece o protagonismo das comunidades quilombolas enquanto cria novas perspectivas de desenvolvimento local e sustentável.
"Mulheres Quilombola e Identidades Culturais" promoveu uma série de intervenções focadas na inclusão produtiva das mulheres do Quilombo Tabacaria, em Palmeira dos Índios (AL). A comunidade, composta por 89 famílias, enfrentava uma realidade de exclusão social extrema, com escassas oportunidades de educação e acesso a tecnologias econômicas e produtivas. Ao longo dos anos, a falta de visibilidade nas políticas públicas e a marginalização resultaram na perda da capacidade organizativa comunitária e na fragilização das estratégias de segurança alimentar, além de um distanciamento significativo das práticas culturais e ancestrais. O projeto buscou reverter esse cenário, fortalecendo o associativismo e promovendo a economia solidária, com o objetivo de revitalizar a identidade cultural e fomentar o desenvolvimento sustentável da comunidade.
Entre as ações realizadas, destacaram-se a implantação e gestão de quatro unidades de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), o levantamento e a promoção do potencial turístico étnico e cultural da comunidade através da criação de roteiros e materiais promocionais, e a estruturação de uma cozinha/restaurante comunitário. Além disso, foi implementado um Fundo Rotativo Solidário para apoiar empreendimentos geridos pelas mulheres quilombolas de forma associativa e alternada. O projeto foi um marco no reencontro das mulheres com sua identidade ancestral e na valorização do patrimônio social e ambiental do Quilombo Tabacaria, contando com parcerias de diversas organizações da sociedade civil e do poder público.
O Empreendimento Tabacaria I é um projeto habitacional transformador desenvolvido no Quilombo Tabacaria, em Palmeira dos Índios (AL), viabilizado pelo Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). A iniciativa promoveu a construção de moradias em regime de autoconstrução assistida, beneficiando 48 famílias quilombolas. As casas foram projetadas para atender às necessidades específicas das famílias, que antes viviam em moradias precárias, muitas sem banheiros ou redes de esgoto. Além disso, o projeto incorporou a construção de cisternas para captação e armazenamento de água, uma tecnologia essencial em uma região marcada pela estiagem prolongada, garantindo acesso à água potável e à dignidade.
A comunidade do Quilombo Tabacaria, enfrenta desafios estruturais, como isolamento geográfico, dificuldades de transporte e acesso limitado a políticas públicas. A autoconstrução assistida não apenas resultou em moradias mais adequadas, mas também fomentou o protagonismo das famílias na edificação de suas casas, promovendo senso de pertencimento e valorização comunitária. O Empreendimento Tabacaria I transcende a construção física de moradias, sendo um marco de inclusão social, fortalecimento da identidade quilombola e melhoria da qualidade de vida no semiárido alagoano.
